Name:
Location: Cranbrook, Colômbia Britânica, Canada

Helder Fernando de Pinto Correia Ponte, também conhecido por Xinguila nos seus anos de juventude em Luanda, Angola, nasceu em Maquela do Zombo, Uíge, Angola, em 1950. Viveu a sua meninice na Roça Novo Fratel (Serra da Canda) e na Vila da Damba (Uíge), e a sua juventude em Luanda e Cabinda. Frequentou os liceus Paulo Dias de Novais e Salvador Correia, e o Curso Superior de Economia da Universidade de Luanda. Cumpriu serviço militar como oficial miliciano do Serviço de Intendência (logística) do Exército Português em Luanda e Cabinda. Deixou Angola em Novembro de 1975 e emigrou para o Canadá em 1977, onde vive com a sua esposa Estela (Princesa do Huambo) e filho Marco Alexandre. Foi gestor de um grupo de empresas de propriedade dos Índios Kootenay, na Colômbia Britânica, no sopé oeste das Montanhas Rochosas Canadianas. Gosta da leitura e do estudo, e adora escrever sobre a História de Angola, de África e do Atlântico Sul, com ênfase na Escravatura, sobre os quais tem uma biblioteca pessoal extensa.

Saturday, June 02, 2007

3.10 Linguagem, Estilo, Ortografia e Toponímia




Longe que estou do convívio quotidiano falado e escrito da língua portuguesa, foi por vezes difícil encontrar soluções para um grande número de questões de linguagem, estilo, ortografia e toponímia. O que a seguir descrevo são apenas as soluções um tanto arbitrárias e nem sempre consistentes que optei para algumas questões de língua e de escrita. Espero assim que a sua explicação aqui ajude o leitor a deliciar mais e compreender melhor este tópico tão extenso e complexo.


1. Obra Solitária

O relatar desta Viagem Pela História de Angola é uma tarefa solitária. Há mais de quarenta anos removido que estive do quotidiano da língua portuguesa, das novas regras de ortografia, dos novos nomes para lugares, da linguagem corrente em Angola e Portugal, ao que se acrescenta a dificuldade de escolher qual o estilo mais próprio para melhor exprimir ideias ou processos diferentes, não foi sem desafios que a obra prosseguiu.

Não tive o benefício de ter um editor para rever o que escrevia, nem sequer para discutir ideias antes de as incluir no texto. Embora ajudado um pouco pelo processador de texto (WordPerfect e Microsoft Word), às vezes perdi o acesso ao teclado em português, tive que recorrer a soluções que tornaram mais difícil o manuseamento de texto.

A fim de ultrapassar a maioria destes desafios, optei por uma estratégia de revisão contínua de texto, sempre que encontrava um êrro ou recebia a dica de alguém a apontar uma correcção. Assim, este é um trabalho que está em construção perpétua, que depende necessariamente dos comentários e sugestões dos leitores pacientes que embarcam comigo nesta Viagem.

As restrições na escolha e colocação de imagens nos blogs limitaram em certa medida o recurso à imagem visual, que teve que ser substituída pelo texto descritivo ou conceptual. Contudo, esforcei-me sempre por encontrar um balanco entre o texto e a imagem, de forma a tornar a leitura mais simples e "arejada" (menos densa).


2. Língua Portuguesa

Talvez mais do que o francês e o espanhol, mas certamente menos que o inglês, o português é hoje uma língua internacional, "personalizado" fortemente em cada país em que é falado. Assim, o português falado em Angola é muito diferente do português falado no Brasil, em Moçambique , ou mesmo em Portugal. Em cada um desses países, fala-se um português diferente, não só recorrendo extensivamente termos locais, mas até na construção de frases ou do discurso.

Esta variedade de sotaques reflectiu-se necessariamente no texto que é apresentado ao leitor. Contudo, achei por em basear o texto num portguês mais estabelecido, pelo que escolhi o português falado em Portugal, que é mais antigo, mais estruturado, e mais universal, em detrimento do português falado em Angola, que é mais local e que está atravessando correntemente transformações profundas, e que do qual tinha muito menos fontes de referência.

Assim, a língua que usei neste trabalho é a portuguesa (de Portugal, e não de Angola ou do Brasil), se bem que usei alguns termos caracteristicamente angolanos nalgumas passagens. Evitei assim o uso do "k", do "w", e do "y", letras que não fazem parte do alfabeto português, embora de uso muito corrente no português falado e escrito actualmente em Angola. Em certas passagens transcrevi trechos de texto original num português mais arcaico que já não se encontra em uso.
 
 
3. Acordo Ortográfico
 
É importante notar aqui que pelos desafios indicados acima, optei por não publicar o texto em cumprimento do recente Acordo Ortográfico, e manter a estrutura ortográfica anterior, reforçado pelo facto de que Angola ainda não aderiu completamente à nova ortografia.
 
 
4. Toponímia

No que respeita à toponímia, usei tanto quanto possível os nomes de vilas, cidades e regiões de uso corrente em Angola, com os nomes correspondentes da idade colonial normalmente em parentesis, ou vice-versa. Contudo, em muitas situações, como é o caso do nome dos rios, usei os nomes escritos ainda à maneira do tempo colonial, com "C", em vez de "K", como Cuanza (em vez de Kuanza), e a segunda letra com "u" em vez de "w", como em Cuanza em vez de Kwanza.

A divisão administrativa de Angola alterou-se pouco depois da Independência, o que facilitou muito a referência a distritos e regiões que mantiveram o mesmo nome. Contudo, numa perspectiva mais local, embora tenha acesso à divisão dos concelhos em "postos" (mais ou menos equivalentes a "freguesias" em Portugal), foi para mim muito difícil encontrar os nomes actuais para povoados, sanzalas, e "postos", pois alguns já não existem, e outros mudaram de nome que não consegui encontrar.

Por falta de tradução própria de certos nomes internacionais para português, usei a terminologia internacional corrente. Em alguns casos porém, continueir fiel à terminologia portuguesa; usando o termo "Congo" em vez de "Kongo" e de "Cuíto" em vez de Kuíto.

Ainda como limitações muito importantes na preparação desta Viagem Pela História de Angola, não tive acesso a nenhum atlas corrente de Angola, bem como não tive disponível um prontuário ortográfico português para consulta, nem tive o benefício de usar um editor profissional, pelo que o leitor encontrará decerto algumas faltas que me perdoará.

 
5. Estilo

Devido à natureza breve e ligeira deste trabalho, usei um estilo descritivo e não analítico, se bem que sucinto. Na maioria das situações o leitor encontrará os factos, e por vezes não encontrará as razões, se bem que me preocupei em as avançar sempre que possível.

Contudo, devido à sua própria natureza, especialmente no estudo de "Angola" nos diversos aspectos multidisciplinares, e no estudo de "história" como ciência e conhecimento, usei um enfoque analítico, muito mais útil à compreensão mais fácil das ideias e conceitos que me proponho a avançar.

 
6. Cronologia

Em termos da sequência dos tópicos abordados, segui de uma maneira geral um encadeamento cronológico dos tópicos na apresentação do trabalho; embora, para melhor exposição de ideias e relações, tenha também tratado a maioria dos tópicos em grupos, sem maior obediência ao rigor cronológico. Esta aglomeração de tópicos em grupos facilita grandemente a explicação e a compreensão dos tópicos expostos.

Assim, na cobertura de certos tópicos, "saltamos" às vezes no tempo, não cobrindo o continuum do tempo por completo. A cobertura da História de Angola não se reduz só à descrição de acontecimentos isolados ao longo dos tempos; com efeito, ela acontece no espaço (geografia), no tempo (cronologia), e no processo de pensamento (teoria) usado na sua explicação.

1 Comments:

Blogger Érica dos Anjos said...

Olá, o seu trabalho me foi( e é) bastante útil!!!

Parabéns!

5:29 AM  

Post a Comment

<< Home